Mundo ISAQ: Um Novo Mapa para Entender a Complexidade do Presente
- Allcon consultoria
- 16 de jun.
- 3 min de leitura
MUNDO ISAQ
Durante décadas, buscamos modelos conceituais para compreender e explicar o turbilhão de mudanças no mundo…
Assim surgiram os acrônimos do mundo VUCA e BANI, tentativas válidas de nomear o caos… tentar dar nome e “sentido aos bois”…
No entanto, o que estamos vivendo agora pode ir além do que essas lentes conseguem revelar…
O conceito do mundo VUCA foi criado pelo U.S. Army War College no final dos anos 1980, logo após o fim da Guerra Fria. Ele descrevia um cenário marcado por:
— Volatilidade (V): mudanças rápidas, inesperadas e intensas…
— Incerteza (U – Uncertainty): dificuldade em prever o futuro e ausência de informações claras…
— Complexidade (C): presença de múltiplas variáveis interdependentes, difíceis de compreender como um todo;
— Ambiguidade (A): situações com múltiplas interpretações, sem clareza de causa e efeito…
Um mundo imprevisível, onde os modelos tradicionais de planejamento estratégico já não funcionavam. “Mundo VUCA” tornou-se popular no meio corporativo e educacional por volta dos anos 2000, especialmente por seu apelo pragmático…
Foi uma abordagem útil para líderes e gestores em tempos de transição global. Mas, à medida que a tecnologia acelerava, as emoções se intensificavam e os sistemas se desorganizavam, o VUCA tornou-se insuficiente para descrever a realidade vivida…
Com a pandemia e a hiperconectividade global, surgiu um novo modelo: o mundo BANI, criado por Jamais Cascio, futurista e pesquisador do Institute for the Future. Apresentado inicialmente em 2018 e difundido especialmente em 2020, BANI é um acrônimo para:
— Frágil (B – Brittle): sistemas aparentemente estáveis, mas altamente vulneráveis a colapsos súbitos…
— Ansioso (A): indivíduos e organizações em constante estado de alerta e estresse…
— Não linear (N): ausência de relação clara e proporcional entre causas e consequências…
— Incompreensível (I): excesso de complexidade que torna os fenômenos difíceis de interpretar…
Diferente do VUCA, o BANI não apenas descreve o ambiente externo, mas também reconhece as reações humanas a ele, especialmente a fragilidade emocional, o colapso das narrativas lineares e a sensação de impotência diante do incompreensível. BANI nos alertou: as pessoas não estão preparadas emocionalmente para as mudanças que elas mesmas provocaram…
Ainda assim, arrisco lançar algo novo, frente ao que está surgindo…
Mas veja só, os modelos anteriores dão conta do que está se desenhando… Mas penso que o presente e o futuro pedem uma nova lente, mais ousada, mais integradora, mais orgânica. Um novo mapa: o mundo ISAQ!
Exatamente: apresento a vocês o ISAQ!!!
Nesse novo MUNDO ISAQ, a primeira dimensão é a INTUITIVA. Em uma realidade saturada por algoritmos frios e decisões automatizadas, a intuição humana torna-se uma vantagem competitiva. Mais do que dados, precisamos de discernimento sensível, da escuta do invisível, da sabedoria que vem da experiência e da conexão com o todo. A intuição será a bússola onde os mapas falham…
O segundo componente é o mundo SENSÍVEL. As relações humanas tornaram-se frágeis. O ser humano moderno, embora hiperconectado, é emocionalmente exposto, inseguro, mimado e demanda personalizações até mesmo nos vínculos afetivos e profissionais. Vivemos a era dos afetos instáveis e da resistência baixa. É um mundo onde a empatia e o autocontrole são ativos escassos…
Em seguida, o aspecto ARTIFICIAL é inegável. A inteligência deixou de ser exclusivamente humana. Vivemos entre máquinas que aprendem, falam, produzem e decidem. E, paradoxalmente, vemos um empobrecimento da inteligência humana. Estudos recentes indicam que, pela primeira vez na história moderna, os QIs médios das novas gerações podem estar em queda. Enquanto a inteligência artificial cresce, o discernimento humano parece estagnar, ou mesmo regredir… E isto vai gerar uma enorme dependência da tecnologia…
Por fim, o mundo tornou-se QUÂNTICO. A lógica que rege o futuro rompe com a linearidade. A aceleração do processamento de dados, o avanço das tecnologias e das novas fontes de energia nos colocam diante de um cenário em que tudo é simultâneo, instável e imprevisível. Não há mais tempo para planejamento sequencial. Vivemos em múltiplas camadas de realidade ao mesmo tempo. Tudo é energia, tudo é conexão, tudo é agora…
ISAQ não descarta VUCA ou BANI. Pelo contrário, os incorpora como estágios históricos e conceituais… o conjunto ISAQ compreende e absorve o BANI e VUCA…
Mas propõe uma visão mais densa, mais atual e mais conectada com os dilemas do século. Em um mundo intuitivo, sensível, artificial e quântico, as antigas ferramentas de comando e controle se tornam obsoletas. O que se exige agora é consciência expandida, liderança com presença e decisões que integrem dados e sabedoria, máquina e alma, estratégia e sensibilidade…
Bem-vindo, mundo ISAQ!
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